projetos especiais

João Pedro tem 29 anos. É casado, tem um filho. Trabalha como motofretista há mais de 5 anos. Passa de 8 a 9 horas em cima de uma motocicleta, circulando por pelo menos 250 km de vias de São Paulo, todos os dias. Quando chega a noite, dedica mais 4 horas à entrega de pizzas e deixa para trás mais um tanto de asfalto. João aprendeu a pilotar moto praticamente sozinho, nunca passou por um treinamento formal. De tanto bater em porta errada, conhece bem a imensa cidade de São Paulo, mas tem sofrido mais ou menos 3 acidentes por ano, alguns com ferimentos mais graves, quase sempre nas pernas, outros praticamente sem grandes conseqüências.

João tem o perfil da grande maioria dos motofretistas da cidade de São Paulo; o que ele não tem, ainda, é uma consciência clara de que o motofrete, que começou como um “bico” de sobrevivência, tornou-se uma profissão – ele é um motociclista profissional.

Esse novo profissional foi o alvo de uma iniciativa inédita em São Paulo – o Projeto Roda Viva.

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Criado e realizado pela em trânsito, a primeira edição do projeto ocorreu no segundo semestre de 2007,  patrocinada pela Unilever do Brasil e Instituto Unilever, com apoio do SESC-Interlagos e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

O Roda Viva foi concebido como um curso de conscientização do risco sobre duas rodas – um chamado à reflexão sobre um cotidiano que confronta a integridade da vida a cada instante mas que é, também, uma conquista e a condição de sobrevivência de milhares de jovens.

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O serviço de entrega de pequenas cargas tornou-se uma engrenagem da dinâmica econômica paulistana. E falar de motofrete é lembrar imediatamente desse personagem que subverteu os limites do trânsito na cidade: o motoboy. Era assim que chamávamos o “cachorro louco” da moto, zunindo entre os carros. Mas o termo não corresponde mais à realidade; o que era “bico” tornou-se uma profissão há vários anos. Certo mesmo seria falar de um motociclista profissional, que vive quase exclusivamente dessa atividade.

É para esse motociclista que fizemos o Roda Viva – para dizer que ele é um profissional, em primeiro lugar, e capacitá-lo a administrar da maneira mais inteligente possível os muitos riscos de cada dia.

Em sábados alternados, recebemos cerca de 1.200 motociclistas para um dia especial, dedicado a aprender novas idéias e, também, se divertir com os colegas, fora da correria de todos os dias.

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07 de fevereiro de 2008

Motociclista profissional é público-alvo do projeto Roda Viva