Perguntado sobre o crescimento da venda de carros em paralelo aos gargalos de infraestrutura, o Presidente da FIAT, disse ao jornal Estado de São Paulo:
“nós (montadoras) temos um grande sócio (o Estado brasileiro) que fica com 35% da receita bruta. Esses recursos deveriam ser para mobilidade e isso não acontece”.
Sócio?!! Pois é, bom saber.
Que sirva de alerta ao comodismo dos gestores do Estado que adoram jogar pra platéia, dizendo que “ouvem o rugido das ruas e dos jovens”, e proclamam que a indústria do carro está matando as cidades, que a motorização nos sufoca, que a prioridade máxima é a bicicleta e o transporte público blá blá blá, nhem-nhem-nhem, etc. e tal.
Fica faltando explicar como é que se equilibram as contas públicas depois que realmente conseguirmos reverter o consumo (e a produção) de carros e motos – se for verdade, ainda que um fiapo de verdade, que seja esse o objetivo último.
Dizer que o “sócio” arrecada mas não usa para “resolver” a mobilidade, por outro lado, é de um cinismo sem fim – pura sacanagem, um pezão no traseiro dos demagogos de plantão.